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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Poema à moda de Caeiro

Algum dia acordo,
Sinto que estou aqui.
Vivo nesta imensidão do Todo
Simples como qualquer um.

Floro como uma papoila
Despertando com o Sol,
Dormindo com a Lua,
Na sua simplicidade de viver

Curioso ao Mundo
À vida!
Estes olhos ue navegam
Como um barco em alto mar
Procurando o azul,
A existência de um movimento,
O arrepio de uma brisa
Que traz consigo,
Nada mais do que uma filosofia:
O sentir dos sentidos.

Vejo o que existe
Em toda essa simples existência...
Inocente o meu olhar,
Porque aí encontramos o segredo
De que nos sentidos se encontra
A inocência de amar.

Pois se amar é inconsciente
E pensar consciente
Então que seja eu,
Ser inconsciente que não sabe pensar!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cesário Verde

“Além de ser réplica poética do realismo irónico queirosiano, (…) o realismo lírico de Cesário Verde será o seu esforço de autenticidade anti-retoricista, «com versos magistrais, salubres e sinceros».”


Melhor poeta português não teria existido para representar o realismo.
A ironia deste poeta, pintor das suas palavras, engloba a autenticidade, o movimento e constituição dos seus esboços que juntamente com a sua fonte de prodigiosa imaginação, encaminhada através de uma sexualidade contrastada com a nossa tradição provençalista, é perseguido pelo naturalismo refugiando-se na evocação alucinatória de pormenores minuciosos de um pormenor autêntico assim como na caracterização de uma cena idealizada. A sua irónica pode ser comparada à de Eça. Embora Cesário pudesse considerar-se um irónico, nunca lhe é possível retirar o carácter realista, a realidade em si.
O real atinge uma enorme relevância para Cesário. Uma atenção aguda ao mundo exterior, o recorrer dos cinco sentidos; do olfacto, do tacto, da visão, da audição, do paladar. Somente desta forma obtemos o que nos permite considerar Cesário Verde o maior realista da poesia moderna. Do seu recorrer aqueles certos pormenores, aos flagrantes despistados na esquina de uma cidade, os sentidos que despertam vida, o minucioso mover de um ser, os valores extrínsecos… o mundo externo. Interpretar – como palavra-chave. O desejo de encontrar uma explicação leva o poeta a transpor a dúvida com uma explicação proveniente da interpretação dos seus sentidos, através deles.
Cesário expressa-se sincero, nunca traindo os seus sentidos, nem tomando-os como falsos ou enganadores.
Os versos magistrais da poesia de Cesário Verde elevam-no a um ser pioneiro, que futuramente seria seguido por muitos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sentido da vida

Gandhi disse: “Não há um caminho para a felicidade, a felicidade É o caminho.”
Meus caros, o sentido da vida é algo que muitos de nós procuramos e ansiamos, cometendo, por vezes, loucuras por ele, sendo portanto intitulado como a maior ambição do ser humano. Procuramos fora, mas a resposta está dentro de nós! Cada um tem o sei próprio sentido da vida.
Mas afinal o que é este “sentido da vida”? Há quem diga que seja 5’ e 3’, como pessoas do ramo da Ciência… Mas aqui para vocês acomodo o meu pequeno segredo: reflectindo acerca deste tema, cheguei à conclusão de que o sentido da vida tem intento em Ser Feliz e fazer o Outro Feliz, e que, para isso, apenas necessitamos de nós próprios.
A felicidade tem de vir de dentro. Vejamos assim: Imaginem que a felicidade é luz; que cada pessoa é um ponto. Se a luz emergir de cada ponto, fica tudo iluminado, havendo partilha. Se pelo contrário cada ponto for buscar a luz, vai sugá-la ficando escuridão, e acabando até por sugar a escuridão para ele próprio.
Ora, em suma: a felicidade parte do que somos, do que queremos dar, para o que fazemos e como interpretamos as várias etapas da nossa vida. Isto é, a felicidade, ou preferentemente o sentido da vida, é a razão de viver.
Afinal de contas, vocês vivem para serem felizes, ou a felicidade é o vosso viver?

domingo, 18 de janeiro de 2009

Eurico, o Presbítero - de Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, nasceu em Lisboa em 1810 e morreu em Santarém a 1877. Foi escritor, historiador, jornalista e poeta português. Simultaneamente com almeida Garrett, é considerado o introdutor do romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da discordância do homem com a sociedade. Herculano, numa carta escrita a Garrett, confessou ser o seu mais íntimo e querido desejo ”ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. “
Em 1844 escreveu o romance histórico “Eurico, o Presbítero”. Este livro fala a respeito do fim do Império Godo, e juntamente, da conquista dos muçulmanos que teriam avançado pela maior parte da Península Ibérica.
“Eurico, o Presbítero”, é uma história de amor, passada em Espanha no século VIII, entre Eurico e Hermengarda. Após combater, Eurico pede a mão de Hermengarda ao Duque de Flávia, mas este recusa.
Eurico, homem humilde, entrega-se à religião, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para tentar esquecer a amada, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos.
No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, transforma-se no enigmático Cavaleiro Negro, e de maneira heróica, Eurico, luta em defesa da sua terra e, devido a seu furor, ganha a admiração dos Godos.
Quando a vitória parece certa para os Godos, os dois filhos do imperador, traem o seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após o sucedido, o rei dos Godos morre em batalha. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolosa e raptam Hermengarda. Então, Eurico sabendo do acontecimento salva Hermengarda quando um soldado inimigo estava prestes a matá-la.
Hermengarda declara o seu amor por Eurico, mas em vão. Eurico não acredita que esse amor possa concretizar-se, devido às suas crenças religiosas, e revela a verdadeira identidade do Cavaleiro Negro. Depois de saber a verdade, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes.

Menina e Moça, Bernardim Ribeiro

Nada ao certo se sabe sobre a vida de Bernardim Ribeiro. Pensa-se que terá nascido em 1482 e falecido em 1552. Pensa-se que de origem hebraica, foi um escritor português renascentista, caracterizado pelo arcaísmo da sua linguagem e por não ser erudito. Bernardim foi o antecipador do bucolismo em Portugal, o que o tornou uma personagem deveras importante. Jovem, frequentou a corte de Lisboa e colaborou no Cancioneiro Geral juntamente com alguns poetas portugueses conhecidos. Esteve algum tempo em Itália, onde teve oportunidade aceder a algumas inovações literárias. Os textos de Bernardim confinam um pensamento místico pessimista, em torno do amor e da saudade.
A sua principal obra é a novela “Menina e Moça”. Romance este editado por três vezes. A primeira em 1554 com o título “História de Menina e Moça”, em 1557-1558 foi editada novamente com o título “Saudade” e a terceira em 1559 feita a partir da 1ª edição. A 2ª edição inclui um prolongamento que é aceite como sendo do autor somente até ao capítulo XXIV.
Este texto apresenta uma abundância de tópicos ficcionais, tanto no plano da história literária como no plano do conteúdo. O livro é iniciado com um monólogo de evocação de deslocação e de mudança de vida; é um amontoado de componentes da novela de cavalaria, do romance pastoril e da novela sentimental. Como a sua categoria indica,
As constantes semânticas deste livro baseiam-se no amor, natureza, mudança e distância. Bernardim Ribeiro foi o primeiro na literatura portuguesa a desprender-se relativamente das convenções da ficção contemporânea para assumir o estatuto de narrativa feminina, pronunciando a solidão e a saudade nesta importante figura humana. Enumerou juntamente neste livro, o texto de análise decisiva e minuciosa do sentimento amoroso, na sua faceta de entrega dedicada e amargurada.
Um investigador que sugeriu Bernardim Ribeiro como hebraico, justificou-se com algumas passagens do livro “Menina e Moça” em que este se mostra com um estilo de lamento e queixa, mesmo algo bíblico, e algumas sugestões a perseguições do povo hebraico, subentendidas nas falas de uma personagem.
Podemos concluir que ”Menina e Moça” tem um fundo autobiográfico.

Memória ao Conservatório Real (em suma)

De extrema qualidade e simplicidade, severa, apaixonante, natural e com um vigor atordoante; assim é caracterizada a história de Frei Luís de Sousa, onde as expressões penetrantes e carinhosas, a delicada sensibilidade que o Cristianismo transmite, têm grande impacto.
A esperança não termina quando a vida acaba, pois aqueles cadáveres vivos esperam que Deus os chame quando for a sua hora; apenas morreram para o Mundo.
As personagens adquirem variadas personalidades, sentimentos e temperamentos. Compaixões, arrependimentos, remorsos, tormentos de coração e de espírito, dor, vergonha, sustos, piedades, compressão de horror, formam conjuntamente o grupo natural destas personagens.
Pus, somente, a elegante prosa portuguesa na boca de Frei Luís de Sousa. Será assim impossível o plágio da sua obra, tal como seria inútil e incompreensível colocar o melhor prosador do século XVII a falar por versos.
Esta obra é considerada como uma drama pela sua forma, e uma tragédia pela qualidade.
Frei Luís de Sousa foi-me “apresentado” num teatro de comédia ambulante que passava num dos muitos Verões por Póvoa de Varzim. Mas a minha opinião acerca daquela peça foi mudando.
Em qual dos dois altares arde o fogo de melhor verdade! Não me sinto obrigado a apresentar fieldade à verdadeira história.
A esta instituição, Conservatório Real de Lisboa, que tão útil tem sido e há-de ser à nossa literatura renascente, ofereço esta obra.
Este século é um século democrático, o povo quer verdade. Tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo!
Despeço-me com saudade; é virar as costas aos regalos e preguiçosos, para entrar nos campos do trabalho duro, onde a terra irá produzir plantas, úteis, sim, porem desgraciosas à vista, fastientas ao olfacto – é o real e o necessário.

sábado, 22 de novembro de 2008

Análise a um discurso

http://www.softwarelivre.org/news/3653

Argumentar é a arte de utilizar palavras para defender uma ideia, ou seja uma tese, da qual somos ou não a favor. Tem como principal objectivo conquistar a atenção do ouvinte às teses apresentadas pelo orador, influenciando-o.
A argumentação deve ser clara e lógica; a maneira e a intensidade com que se expõem as ideias devem ser o mais cativante possível para adquirir a adesão do auditório.
Neste discurso o deputado Francisco Louçã, ao tentar defender a sua tese, acaba por desvalorizá-la.
Uma tese deve, supostamente, ser uma ideia formulada numa frase breve enunciativa em que, o autor desta deve demonstrar a sua validade. O deputado do bloco de esquerda faz exactamente o oposto.
Os “entre vírgulas” inseridos para reforçar as ideias fazem com que o discurso se perca em algumas partes, tornando-se indirecto e incompreensível. O facto de não se centrar somente no referido tema, patentes de software, dissipa a atenção do auditório e em consequência torna-se cansativo e não perspicaz.
Além deste erro que se torna relevante, a construção frásica também deixa muito a desejar. Vírgulas a mais ou a menos, temas intercalados e a escassa utilização de figuras de estilo dispersam o espectador e principalmente a argumentação em si.
Tenho também a referir que a ideia geral do discurso raramente é mencionada. Isto leva a que o ouvinte se perca do tema, ou não o compreenda com tanta facilidade.
Concluindo, o deputado Francisco Louça não é claro, objectivo nem astuto na defesa da sua tese, isto na minha opinião claro.