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domingo, 18 de janeiro de 2009

Eurico, o Presbítero - de Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, nasceu em Lisboa em 1810 e morreu em Santarém a 1877. Foi escritor, historiador, jornalista e poeta português. Simultaneamente com almeida Garrett, é considerado o introdutor do romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da discordância do homem com a sociedade. Herculano, numa carta escrita a Garrett, confessou ser o seu mais íntimo e querido desejo ”ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. “
Em 1844 escreveu o romance histórico “Eurico, o Presbítero”. Este livro fala a respeito do fim do Império Godo, e juntamente, da conquista dos muçulmanos que teriam avançado pela maior parte da Península Ibérica.
“Eurico, o Presbítero”, é uma história de amor, passada em Espanha no século VIII, entre Eurico e Hermengarda. Após combater, Eurico pede a mão de Hermengarda ao Duque de Flávia, mas este recusa.
Eurico, homem humilde, entrega-se à religião, tornando-se o Presbítero de Cartéia, para tentar esquecer a amada, através das funções religiosas e da composição de poemas e hinos religiosos.
No entanto, quando ele descobre que os árabes estão invadindo a Península Ibérica, transforma-se no enigmático Cavaleiro Negro, e de maneira heróica, Eurico, luta em defesa da sua terra e, devido a seu furor, ganha a admiração dos Godos.
Quando a vitória parece certa para os Godos, os dois filhos do imperador, traem o seu povo, a fim de ganhar o trono espanhol. Logo após o sucedido, o rei dos Godos morre em batalha. Enquanto isso, os árabes invadem o Mosteiro da Virgem Dolosa e raptam Hermengarda. Então, Eurico sabendo do acontecimento salva Hermengarda quando um soldado inimigo estava prestes a matá-la.
Hermengarda declara o seu amor por Eurico, mas em vão. Eurico não acredita que esse amor possa concretizar-se, devido às suas crenças religiosas, e revela a verdadeira identidade do Cavaleiro Negro. Depois de saber a verdade, Hermengarda perde a razão e Eurico, ciente de suas obrigações, parte para um combate suicida contra os árabes.

Menina e Moça, Bernardim Ribeiro

Nada ao certo se sabe sobre a vida de Bernardim Ribeiro. Pensa-se que terá nascido em 1482 e falecido em 1552. Pensa-se que de origem hebraica, foi um escritor português renascentista, caracterizado pelo arcaísmo da sua linguagem e por não ser erudito. Bernardim foi o antecipador do bucolismo em Portugal, o que o tornou uma personagem deveras importante. Jovem, frequentou a corte de Lisboa e colaborou no Cancioneiro Geral juntamente com alguns poetas portugueses conhecidos. Esteve algum tempo em Itália, onde teve oportunidade aceder a algumas inovações literárias. Os textos de Bernardim confinam um pensamento místico pessimista, em torno do amor e da saudade.
A sua principal obra é a novela “Menina e Moça”. Romance este editado por três vezes. A primeira em 1554 com o título “História de Menina e Moça”, em 1557-1558 foi editada novamente com o título “Saudade” e a terceira em 1559 feita a partir da 1ª edição. A 2ª edição inclui um prolongamento que é aceite como sendo do autor somente até ao capítulo XXIV.
Este texto apresenta uma abundância de tópicos ficcionais, tanto no plano da história literária como no plano do conteúdo. O livro é iniciado com um monólogo de evocação de deslocação e de mudança de vida; é um amontoado de componentes da novela de cavalaria, do romance pastoril e da novela sentimental. Como a sua categoria indica,
As constantes semânticas deste livro baseiam-se no amor, natureza, mudança e distância. Bernardim Ribeiro foi o primeiro na literatura portuguesa a desprender-se relativamente das convenções da ficção contemporânea para assumir o estatuto de narrativa feminina, pronunciando a solidão e a saudade nesta importante figura humana. Enumerou juntamente neste livro, o texto de análise decisiva e minuciosa do sentimento amoroso, na sua faceta de entrega dedicada e amargurada.
Um investigador que sugeriu Bernardim Ribeiro como hebraico, justificou-se com algumas passagens do livro “Menina e Moça” em que este se mostra com um estilo de lamento e queixa, mesmo algo bíblico, e algumas sugestões a perseguições do povo hebraico, subentendidas nas falas de uma personagem.
Podemos concluir que ”Menina e Moça” tem um fundo autobiográfico.

Memória ao Conservatório Real (em suma)

De extrema qualidade e simplicidade, severa, apaixonante, natural e com um vigor atordoante; assim é caracterizada a história de Frei Luís de Sousa, onde as expressões penetrantes e carinhosas, a delicada sensibilidade que o Cristianismo transmite, têm grande impacto.
A esperança não termina quando a vida acaba, pois aqueles cadáveres vivos esperam que Deus os chame quando for a sua hora; apenas morreram para o Mundo.
As personagens adquirem variadas personalidades, sentimentos e temperamentos. Compaixões, arrependimentos, remorsos, tormentos de coração e de espírito, dor, vergonha, sustos, piedades, compressão de horror, formam conjuntamente o grupo natural destas personagens.
Pus, somente, a elegante prosa portuguesa na boca de Frei Luís de Sousa. Será assim impossível o plágio da sua obra, tal como seria inútil e incompreensível colocar o melhor prosador do século XVII a falar por versos.
Esta obra é considerada como uma drama pela sua forma, e uma tragédia pela qualidade.
Frei Luís de Sousa foi-me “apresentado” num teatro de comédia ambulante que passava num dos muitos Verões por Póvoa de Varzim. Mas a minha opinião acerca daquela peça foi mudando.
Em qual dos dois altares arde o fogo de melhor verdade! Não me sinto obrigado a apresentar fieldade à verdadeira história.
A esta instituição, Conservatório Real de Lisboa, que tão útil tem sido e há-de ser à nossa literatura renascente, ofereço esta obra.
Este século é um século democrático, o povo quer verdade. Tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo!
Despeço-me com saudade; é virar as costas aos regalos e preguiçosos, para entrar nos campos do trabalho duro, onde a terra irá produzir plantas, úteis, sim, porem desgraciosas à vista, fastientas ao olfacto – é o real e o necessário.