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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mito de Bandarra

O mito de Bandarra foi e ainda é um dos fenómenos de superstição colectiva de um povo mais tratado tanto em Portugal como no Brasil. Este grandioso mito envolve essencialmente a morte de D. Sebastião e a sua contestada ressurreição.
A história começa em 1530 quando D. João III, rei de Portugal na altura, entrou em conflitos com os lavradores, devido a posses que entregou a D. Fernando, vindo essas posses para seu puder novamente após a morte deste último. Nesse período de grande revolta, um poeta de seu nome Gonçalo Anes Bandarra, escreveu e publicou algumas trovas. Bandarra era grande admirador da Bíblia e, como tal, lia-a imensas vezes em português.
Grande era o convívio que Gonçalo Anes Bandarra mantinha com os cristãos-novos, e essa camaradagem levou a que estes se interessassem e ouvissem o versejar de Bandarra, levando-o a atingir uma dimensão grandiosa. As trovas do seu poetar eram consideradas injuriosas para com o rei; mas como, Bandarra, humilde e trabalhador sapateiro da época utilizava termos que nem mesmo ele saboreava o sentido do seu significado, resultavam umas trovas com variados sentidos e interpretações.
Os novos-cristãos, como entendiam as trovas de Bandarra como um “atentado” ao rei, começaram a fazer circular cópias dentro da hierarquia real destes mesmos.
O novato a escritor baseava-se muito em coisas sobre a Bíblia e o Messias, e os cristãos-novos começaram a pensar que viria esse Messias, mas, no fundo as trovas eram um apelo para que D. João III viesse proteger os da vila contra a ambição do tal infante que queria imediatamente cobrar impostos a toda a gente.
A Inquisição, atenta a todo este processo mandou prender Bandarra por julgar que este defendia o judaísmo, mas como os próprios judeus achavam que as trovas dele eram diferentes e eram contra elas, Bandarra foi libertado. Porém, impediram que mais trovas por ele fossem escritas.
Foi a partir daí que começou a parte da história que abalou toda a estrutura emocional do povo português. Com a morte de D.Sebastião em batalha contra os mouros, começou a correr em todo Portugal as trovas do Bandarra, uma vez que ninguém havia visto o rei D. Sebastião morrer na batalha, embora dissessem ter visto o rei em vários lugar e a até se pôs a possibilidade do seu regresso.
Passado um tempo as leituras das trovas, não eram apenas lidas pelos cristãos-novos, mas também pelos nobres que achavam que nelas estava o segredo da volta de D.Sebastião. Nobres estes que acabaram por acrescentar novas versões às trovas e mesmo a restauração de Portugal sobre a Espanha veio confirmar que estas estavam certas.
Bandarra foi considerado um verdadeiro profeta, sendo que, até o próprio arcebispo de Lisboa mandou fazer uma estátua com a sua imagem e colocou-a num altar em Lisboa, e fez com que o rei D.João IV prometesse devolver o trono a Gonçalo na reaparição.
Assim se formou o "Bandarrismo" e ficando para sempre os que esperam pelo Messias, (os judeus) e os que continuam à espera, como o mito diz, “do rei que há-de voltar numa manha de nevoeiro”.
O próprio Padre Vieira, foi um fã absoluto do Sebastianismo e acreditou até ao leito da sua morte que Portugal seria o mentor do Império Universal e que os judeus e cristãos se uniriam numa nova igreja livre de todos os pecados.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

"Os nossos olhos são diferentes todos os dias"

Cada dia é um dia; cada passo que dás, cada sorriso que lanças, cada olhar, cada brisa de vento, cada acontecimento… Não existem dois dias iguais, nem duas horas, nem dois minutos. O conhecimento adquere-se todos os dias da nossa vida. Nascemos apenas com a certeza que nascemos, sem saber nada de nós, dos outros, nem do Mundo que nos rodeia, e ao longo da vida vamos aprendendo uma pequena quantidade do que há para saber sobre o Universo, sobre a Vida. Quanto mais velhos mais sábios? Sim, talvez. Mas, sem esquecer que, nunca, nem possuindo a eternidade e/ou a imortalidade, se sabe tudo o que existe para saber. Nem os mais sábios, os mais conhecedores tiveram esse grandioso poder da sabedoria por completo.
Os nossos olhos são diferentes todos os dias sim, mas não cientificamente. Não com pergunta fechada. Os nossos olhos têm sempre a mesma cor, o mesmo feitio, mas não o mesmo conhecimento. Todos os dias aprendemos, vemos, sabemos, conhecemos coisas que para nós eram o obscuro, o mistério, o ponto de interrogação em nós, aquele que existe sempre, em todas as pessoas, até ao dia em que morremos. A incógnita vive connosco dia após dia. Difere os nossos olhos a cada acontecimento novo, e acreditem, nunca os deixa ficarem iguais durante um dia.
É um facto; é impossível sabermos tudo do Mundo, ou sobre o Mundo.

Slogan de Fernando Pessoa

“Primeiro entranha-se, depois estranha-se.”
Este slogan da “Coca-cola”, escrito por Fernando Pessoa a pedido desta mesma, foi, e ainda é, bastante utilizado pela população portuguesa. Slogan este que fez com que a “Coca-Cola” fosse banida de Portugal. Em 1928, quando o slogan foi lançado, as vendas aumentaram repentinamente, mas, não por muito tempo. O acontecimento deu-se devido ao facto do director de Saúde de Lisboa achar que, como o produto faz parte da coca, e desta é extraído o narcótico “cocaína”, o produto não deveria ser vendido ao público, mas, se o mesmo produto não tinha cocaína, então chama-lo de “COCA-cola” seria enganar os compradores, logo, justificava que o produto não fosse permitido no mercado. Então, o director de Saúde de Lisboa mandou apreender todas as “Coca-colas” existentes no mercado e atirá-las ao mar, sendo a venda destas novamente legal apenas após 25 de Abril de 1974. Esta enorme agitação foi devida ao slogan de Fernando Pessoa, ao qual o director de Saúde de Lisboa entendeu que este mesmo slogan considerava que o produto tinha estupefacientes, pois se primeiro se estranhava e depois se entranhava, isso é justamente o que ocorre com os estupefacientes que, embora tomados a primeira vez com estranheza, o paciente acaba por se habituar.
Ora, a “Coca-cola”, achando que, como o grande escritor tinha uma grande importância e reputação em Portugal, e o seu dito slogan aumentaria gradualmente as vendas, convidou-o. Mas, Fernando Pessoa foi atraiçoado pelo seu próprio dom na escrita, e pela sua grande imaginação e astúcia. Acontece; mas ainda bem!
Escritores portugueses ao darem a sua cara, a sua imagem, a sua sabedoria e arte na escrita para estes efeitos publicitários fazem com que a marca seja bem intitulada e, ao mesmo tempo dão uma lição de bom português. As empresas de marketing só têm a aprender!