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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Texto narrativo

Naquele parque, onde a cada estrela que brilhava no céu, uma lágrima tocava a sua face, Maria encontrava-se em pranto; lavada em lágrimas após a dolorosa notícia que eu lhe transmitira.
A noite anterior tinha sido chuvosa; relâmpagos imensos invadiam o escuro céu; mas, esse facto não impediu a mãe da Maria a seguir viagem para o Porto, onde iria presenciar a uma importante reunião do seu emprego.
Essa mesma noite que acabara da pior maneira. A mãe da Maria tinha tido um acidente e falecera. A notícia foi-me dada a mim, e, como melhor amiga da Maria tinha de respirar fundo, ganhar coragem e contar-lhe o sucedido.
- Estás a brincar parva. Não gozes… Com essas coisas não se brincam.
O seu ar de euforia era notável. Euforia esta vinda de uma profunda dor. O coração dela tinha congelado de emoção.
Não lhe disse mais nada. Apenas o olhar foi necessário para que ela entendesse que era realmente verdade, era realidade, e não mais um dos sonhos que ela, vezes sem conta, me contava que tinha tido acerca da trágica morte do seu pai. Sim, a Maria estava órfã. Era a mais cruel das realidades.
Parou! Vi-a a olhar-me; não havia nada naqueles olhos verdes; apenas um vazio sem fim. Abracei-a da melhor maneira que sei, e ouvi-a chorar horas a fio, ali, naquele parque onde passamos tantos bons momentos juntas.
O que é que a esperava agora? Só me tinha a mim e ao resto dos nossos amigos. Éramos muito para ela, e somos, mas, será q é o suficiente? Não tinha com quem ficar… E o amor e carinho dos pais? Aquilo que precisamos sempre, mesmo não querendo admitir. Sentia-se perdida. O medo apavorava-lhe a alma. Sim o medo, o medo da vida, e do que esta lhe reservava. O medo do futuro.