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domingo, 18 de janeiro de 2009

Memória ao Conservatório Real (em suma)

De extrema qualidade e simplicidade, severa, apaixonante, natural e com um vigor atordoante; assim é caracterizada a história de Frei Luís de Sousa, onde as expressões penetrantes e carinhosas, a delicada sensibilidade que o Cristianismo transmite, têm grande impacto.
A esperança não termina quando a vida acaba, pois aqueles cadáveres vivos esperam que Deus os chame quando for a sua hora; apenas morreram para o Mundo.
As personagens adquirem variadas personalidades, sentimentos e temperamentos. Compaixões, arrependimentos, remorsos, tormentos de coração e de espírito, dor, vergonha, sustos, piedades, compressão de horror, formam conjuntamente o grupo natural destas personagens.
Pus, somente, a elegante prosa portuguesa na boca de Frei Luís de Sousa. Será assim impossível o plágio da sua obra, tal como seria inútil e incompreensível colocar o melhor prosador do século XVII a falar por versos.
Esta obra é considerada como uma drama pela sua forma, e uma tragédia pela qualidade.
Frei Luís de Sousa foi-me “apresentado” num teatro de comédia ambulante que passava num dos muitos Verões por Póvoa de Varzim. Mas a minha opinião acerca daquela peça foi mudando.
Em qual dos dois altares arde o fogo de melhor verdade! Não me sinto obrigado a apresentar fieldade à verdadeira história.
A esta instituição, Conservatório Real de Lisboa, que tão útil tem sido e há-de ser à nossa literatura renascente, ofereço esta obra.
Este século é um século democrático, o povo quer verdade. Tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo!
Despeço-me com saudade; é virar as costas aos regalos e preguiçosos, para entrar nos campos do trabalho duro, onde a terra irá produzir plantas, úteis, sim, porem desgraciosas à vista, fastientas ao olfacto – é o real e o necessário.

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